domingo, 29 de julho de 2012

"Este é o carneiro. Ele está dentro da caixa."



"O planeta seguinte era habitado por um bêbado. Esta visita foi muito curta, mas mergulhou o principezinho numa profunda melancolia.
- Que fazes ai? perguntou ao bêbado, silenciosamente instalado diante de uma coleção de garrafas vazias e uma coleção de garrafas cheias.
- Eu bebo, respondeu o bêbado, com ar lúgubre.
- Por que é que bebes? perguntou-lhe o principezinho.
- Para esquecer, respondeu o beberrão.
- Esquecer o quê? indagou o principezinho, que já começava a sentir pena.
- Esquecer que eu tenho vergonha, confessou o bêbado, baixando a cabeça.
- Vergonha de quê? investigou o principezinho, que desejava socorrê-lo.
Vergonha de beber! concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio. E o principezinho foi-se embora, perplexo.
As pessoas grandes são decididamente muito bizarras, dizia de si para si, durante a
viagem"

O trecho acima é uma citação do livro O pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupery.

Decidi citá-lo para analisar o quão contraditório nós adultos somos em relação ao que falamos e pensamos, o quão inconsequentes nos tornamos conosco mesmo ao ponto de ignorar aquilo que realmente precisamos fazer.

A quem interessar recomendo o livro inteiro, mas em especial o capítulo da raposa (da famosa citação "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas").

As vezes como adultos deveríamos voltar a ser criança, nem que seja por uma tarde, para que pudessemos realmente reavaliar tudo o que fazemos com a forma sensata e tranquila do olha inocente e infantil.

Esse livro me ensinou muito mais do que a crescer, mas me ensinou a viver, a ver as coisas dos pontos pequenos, de que as nossas obrigações as vezes não são muitas, mas que podem se tornar grandes problemas se deixar-mos de faze-las (sim, me refiro aos baobás).

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