domingo, 26 de agosto de 2012

Quem dera eu fosse uma xícara no inverno

Não existe nada mais reconfortante que uma xícara de café, chá ou chocolate, bem quente, em pleno inverno.
Sabe, aquele momento em que você dá o primeiro gole e segura a xícara com as duas mãos, próximo do peito, apenas sentindo aquele calorzinho gostoso tomar as suas mãos? Esse mesmo.

Creio que as pessoas podem ter a sensação que a xícara teria caso sentisse algo. Aquele conforto e segurança que permite que você emane esse calor, aquele momento em que você apenas se sente seguro, como se o mundo inteiro sumisse, ou como se o mundo fosse apenas um cenário inofensivo para que você possa viver a vontade.

Pra mim esse momento é quando sinto mãos seguras, apenas apoiadas na curva da minha cintura, com a mão no meio das minhas costas. Não precisa pressão, força, nem nada, apenas a mão do jeitinho certo, que pode me conduzir, proteger ou iniciar um abraço sem fazer qualquer esforço.

Eu gosto de me sentir como a xícara, até porque gosto da sensação que a xícara me dá. A sensação de que estou num mundinho só meu, e da xícara, onde a felicidade é tão simples que se encontra em uma xícara de chocolate quente. A segurança de que ela, mesmo pequena e singela será o suficiente para me aquecer por dentro e por fora. E a alma.

O problema de sentir-se a xícara é saber que quando você mais precisa ser a xícara não haverá nenhum café a ser servido.

Quem dera eu fosse uma xícara de chocolate quente, em pleno inverno, numa tarde preguiçosa e chuvosa para sentir-me tão segura quanto gostaria, mas o inverno não dura para sempre

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