Estou com medo. Sério.
Acho que a única coisa da qual
realmente eu tenho medo é a de parecer uma completa idiota. E cá estou eu,
parecendo uma.
É difícil encerrar uma rodada de
textos filosóficos, sentimentais, profundos, poéticos e fundamentados sabendo
que dessa galera eu sou a única que não tem mania de escrever, sou uma pessoa
de desenhos e cores, não de palavras e frases de efeito.
Também sou a única que não é
paulista, a única que não parece meio maníaco-depressiva (o que nesse caso é
um elogio aos maníacos depressivos desse blog por eles escreverem bem), a
única que é meio caipira, ou seja, a única que não se encaixa. Por isso estou
com medo. Na verdade muito medo. O que faz parecer ainda mais idiota. O medo.
O medo em si é uma coisa
totalmente e absurdamente idiota, embora seja essencial para o ser humano.
Seria complicado viver em um mundo sem medos, afinal o medo é a primeira
alavanca de defesa do ser humano e, ao mesmo tempo, a primeira alavanca de
impulso. Ninguém faz algo espontâneo por medo, mas o medo de dar errado está lá
e é o que faz mais interessante.
Pensando bem, o medo é o pai
do inesperado.
Ou seria o irmão mais velho?
O medo causa as melhores e mais
incríveis expressões de “inesperabilidade” (nem sei se isso existe, mas
agora eu inventei isso), nos traz reações diferentes, respostas inusitadas
e surpreendentes, faz a mais covarde das pessoas se mostrar forte, faz
valentões parecerem crianças, faz de uma ida a padaria uma aventura
inigualável.
Eu amo o medo e o caos causado
por ele.
Existem medos ridículos (pelo
menos eu os considero assim) como medo de borboleta ou joaninha, porque eles
são tão bonitinhos, e pequenininhos e inofensivos que chega a ser estúpido ter
medo disso. Também acho ridículo o medo de vacas, elas são apenas vacas e estão
lá, apenas “vaqueando” (sei que inventei outra palavra). O necessário é
deixar claro que falo de medo, não de fobias. Fobias são doenças e são sérias
(por mais que pareçam estúpidas) e não se enquadram nessa discussão.
O medo está mais para uma
sensação gostosa de desafio e adrenalina seriamente misturada com a ansiedade e
a empolgação, um arrepio leve na pele, se fosse um gosto seria algo entre a
canela e a pimenta, talvez lembrando levemente a chocolate.
Eu gosto de canela, acho que é
por isso que me atrevo a escrever no mesmo blog que esse povo (que manda muito
bem), e a pimenta me atrai, quem sabe é por isso que sou impetuosa, tempestuosa
e atrevida. Acho que a ideia de chocolate com pimenta é a minha alavanca
principal sobre o medo. Aquele frio na barriga, o silêncio antes do susto no
filme de terror.
No final das contas, acho que
gosto de sentir medo.
Olhando bem agora, acho que o
medo meio que passou.
Minha cagona predileta!!!
ResponderExcluirO medo é necessario em diversos momentos, mas melhor do que não querer sentir medo, é aprender a conviver e tirar proveito dos seus medos. assim vamos nos construindo.
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