domingo, 30 de setembro de 2012

A verdade crua e nua

Falta de capacidade mental e compreensão.
Esse é o único termo que consigo utilizar para explicar algumas coisas.
Vamos aos fatos:
Fato 1. Na última semana eu me deparei com uma situação um tanto quanto desnecessária, um grupo de alunos (por acaso da minha turma) se organizando para todos faltarem aula. O motivo?? Não, não é a professora que é ruim ou algo em prol da melhoria da condição nas aulas. O motivo é: a pessoa que decidiu faltar aula, pergunto quem mais não iria e deu a ideia: Se todos faltarem ela não da aula e eu não perco a matéria.

Olha que coisa mais estapafúrdia  Eu como pessoa consciente, decidi dar meu parecer: quer faltar, fate. Mas não organize motim só pra não perder matéria. E sim, subestimei a inteligencia daquele povo. Final das contas, isso aconteceu na quarta, hj é motim e aquele bando continua falando do maldito motim.

Fato 2. Ontem a noite, voltando pra Mauá, me deparo com duas garotas (aparentemente acadêmicas de artes cênicas), analisando a questão dos vilões da Disney e como eles  mudaram nos últimos anos, e que eles perderam a característica de vilão. Até ai tudo em ordem. O que me admirou é a pessoa culpar o fato de um único locutor fazer os vilões antigamente, e não o fato de a Disney simplesmente infantilizar as histórias. Ignorei, opinião é opinião. Um pouco a diante, ouço dessa mesma pessoa "Por que não existe uma faculdade de história da arte? São tantas coisas, deveria existir".  ou então quando questiona o fechamento de um curso técnico de Museologia, e coisas nessa linha. Me questiono quais são os níveis de conhecimento dessas pessoas.

A única coisa que consigo tirar de conclusão sobre isso é: As pessoas estão cada vez mais burras e irresponsáveis, evitam de buscar informações ou de desenvolver suas habilidades ou necessidades, enfiam na cabeça que o que elas acham, acreditam, ouviram ou pensam é a verdade absoluta.

Quanto ao Fato 1, me desespera saber que daqui 3 anos estaremos formando uma turma de bestas quadradas que vai continuar afundando, marginalizando, prostituindo e difamando a profissão pela qual eu e muitas outras pessoas estamos dando a vida para torna-la algo tão respeitável aos olhos dos outros como se vê a medicina ou o direito. O que mais me degrada psicologicamente é saber que, são essas mesmas pessoas que em sala de aula não falam nada que importe, não colaboram com a aula e ainda te chamando de sabe-tudo.

Quanto ao Fato 2, apenas prova a minha teoria de que as pessoas não buscam informação, de que apenas aceitam como verdade universal aquilo que descobrem, mesmo não tendo certeza de algo.

É um mal da humanidade a facilidade de informação e a desnecessariedade do conhecimento, nunca foi tão desnecessário ter uma informação completa ou uma opinião concisa. Tudo é facilmente perdoado, corrigido, relevado. Estamos formando uma porção de idiotas que irão reger os próximos anos da nossa sociedade, que irão indicar os caminhos que a população deve seguir, que formará a opinião e as gerações futuras.

É lastimável ver que só estamos nessa situação hoje, pois a geração passada sofreu o suficiente para acreditar que seus filhos e netos deveriam sofrer o menos possível e ter as maiores e melhores condições para terem uma vida menos confusa e mais completa de direitos sociais do que eles tinham.

Quem derá a nossa geração tivesse que passar por uma ditadura militar, ou pelo menos pela mesma forma de ensino que nossos pais e avós receberam, quem derá tivessem crescido sabendo a hora de calar e de falar e tivesse que lutar pelos seus direitos.

Mais do que ter informação é necessário a vontade de busca-la, complementá-la e compreender as condições sociais que compõe cada momento. Pensar que terei uma leva de profissionais que apenas saberão atender um telefone como operador de telemarketing e não desempenharão sua profissão como se formaram. Pensar que as pessoas não se dedicam em buscar saber como as coisas ocorrem, e como as coisas são organizadas, aceitando tudo que recebem como certo e único.

Nenhum comentário:

Postar um comentário