domingo, 31 de março de 2013

"All I hear is, burn!"

I'm back bitchies!
Depois de alguns problemas, resolvi voltar.
E nada melhor que eliminar pendências do que exorcizando nossos próprios demônios.

Clique aqui baby! 

Durante essas últimas semanas acabei me ausentando por motivos que me fizeram pensar e repensar a minha vida, e cheguei a uma conclusão: todos temos um tipo de voz que vem a cabeça em todas as situações em que sabemos que estamos fazendo merda, é o nosso subconsciente tentando nos salvar.

No meu caso, eu não apenas ouço a minha própria voz (muitas vezes com tons de ironia), mas também enxergo a minha personificação séria, sentada em uma poltrona de veludo negro, segurando um livro no colo, usando seus óculos de descanso, com uma sobrancelha erguida. Sim, sou uma pessoa visual.

Muitas vezes ignoramos essa voz, por motivos diversos, nos sentimos fortes, ou queremos provar algo, ou podemos ser impulsivos, ou simplesmente achamos que faz mais sentido. A questão é, ignoramos esse aviso e fazemos a merda, cometemos o erro, chamamos de mentiroso o nosso subconsciente, que segundo Freud, conhece a nós mesmos melhor do que nós, pois nada mais que do que nós sem a influência dos hormônios e somado com a inteligência primitiva (termo utilizado para explicar os instintos, que segundo Darwin, são memórias genéticas da evolução histórica dos nossos ancestrais que está gravado no nosso organismo e do qual não temos um acesso direto pelo consciente).

Mas sempre tem aquele momento onde não conseguimos mais segurar as pontas. Quem nunca surtou por nada que atire a primeira pedra (só um segundo, ainda estou colocando a minha armadura). E esse surto nada mais é do que (no meu caso) o subconsciente saindo de sua confortável poltrona, com os olhos em chama, berrando alucinadamente "Curse, you all! You'll never learn!", e ateando fogo em você, para te libertar da trama que você fez sobre si.

Isso não quer dizer que o seu subconsciente é mau ou falso ou mentiroso, apenas que o seu Ego se enfiou em tamanha enrascada que o seu organismo começa a pedir socorro, pois as atenções do seu psicológico não estão mais focadas em você, em como o corpo deve agir, mas sim em como ele vai se desenrolar. E então você nem repara, mas seu subconsciente já está com o fósforo aceso. E te jogando gasolina.

Sim, você vai sentir dor. E muita. Mas é a única forma que a sua inteligência primitiva tem de te livrar dessa confusão que você fez. Você tem que queimar pra ver a luz, você deve arder para sentir o frescor da brisa, você deve virar pó pra poder mudar.

A maior parte das vezes nem tempos tempo de pensar nisso, de que vamos queimar. Não há tempo de pensar que você está pegando fogo. Quando acontece, é rápido, o fogo se alastra por aquilo que não tem vida, por aquilo que é seco, e por aquilo que não vale a pena manter. e vai fazer tudo virar do avesso, numa mistura de cor e movimento. E você queima por muito tempo, as brasas queimam mais tempo que o fogo vivo em si e isso porque a brasa é o fogo interno, pequeno, que consome tudo que te faz mau e que você plantou na sua cabeça. no seu coração e no seu corpo, tudo que te arrasa, tudo que já não pode ser carregado por você, abrindo espaço e liberando o peso morto.

É como queimar as bruxas na idade média. O homem sempre soube que o fogo era a solução para os seus problemas, ele acaba com o frio, com a escuridão, espanta os predadores, direciona o caminho, elimina o que não é forte, e transforma tudo que toca em luz e pó. Controverso não?

O abraço do fogo é muito mais doloroso do que se pode imaginar. Ele te faz sentir coisas que você achava impossível, você derrete, você se desfaz, você desmorona, você superaquece, mas principalmente, você muda. Você é obrigado a mudar, não é uma escolha que você faz ("Ah! Hoje eu vou queimar, só por diversão, só pra sentir na pele o que o fogo pode fazer.). Você vira pó. Ao mesmo tempo, ele é tão reconfortante e revelador que você quer chegar cada vez mais perto. Ele te mostra o que os seus olhos não te mostram, ele te aquece de uma forma que seu próprio corpo não faria, ele te aconchega, ele abre seus horizontes para coisas que você nem imaginava estarem ao seu redor, e ele faz queimar tudo aquilo que está no caminho, eliminando barreiras e transformando sombras em luz. E você brilha quando está próximo a ele. Você é a própria luz.

Ser cinza é um mau necessário. Muitas vezes as cinzas são boas e não apenas sinal de destruição. Alguns agricultores misturam as cinzas da última lavoura a terra para deixar a terra mais fofa e assim assentar melhor a nova semente. Na mitologia, é das cinzas que surgem as fênix, as mais belas aves. As pessoas mais velhas dizem que cinzas no café cura qualquer porre, sem deixar ressacas.

As cinzas são apenas um caminho para algo novo e maior, mais forte, mais bonito e livre.
É necessário queimar.



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