domingo, 21 de abril de 2013

"All they are is dust in the wind"

Quando foi que piscamos os olhos?
Como foi que tudo desapareceu?



Todos passamos por aquele momento em que, num piscar de olhos a vida muda completamente, as cores desaparecem e quando voltam estão invertidas, os amigos são os mesmos as identificações são outras e tudo que você quer entender é como isso foi acontecer e como aconteceu tão rápido.

Alguns dizem que são apenas fases que temos que passar, outro que são ciclos da nossa vida que encerram, sinceramente eu acredito que esse seja o exato momento em que saímos da adolescência e entramos na fase adulta, pois, é nesse momento que você percebe que não há nada que possa ser feito, a não ser encarar as coisas como estão.

Você não pode seguir em frente e esperar que todos que estão no seu passado não saiam do lugar e permaneçam lá da mesma forma que você deixou, você não pode dar continuidade a sua vida e esperar que tudo continue girando em torno de você como foi na sua adolescência, e você não pode acreditar que, só por que você precisa ter um lugar para onde voltar que as pessoas que você magoou continuarão ali.

Sim, você vai cometer erros, erros pesados, fatais, erros que você não quis cometer, mas vai cometê-los, faz parte do aprendizado, e nesse momento você vai saber que ter humildade de admitir o erro e pedir perdão não é se humilhar, mas que se não for possível corrigir o erro você tem que aceitar que as pessoas também seguiram, que não adianta olhar para trás e cobrar tudo que você fez de bom antes do erro. Implorar por um talvez já é humilhação.

Você terá as consequências, e você terá que ser justo consigo e com os outros para saber se está mesmo respondendo as consequências daquilo que fez ou se está se humilhando por algo que não está te levando a lugar algum. Encarar as consequências não é se minimizar pra manter algo perto de você, encarar as consequências é ter sangue frio para, depois de tudo, ainda poder erguer a cabeça e saber que você mereceu o que está te acontecendo.

E lógico que você vai querer chorar, você vai querer gritar, você vai querer destruir coisas, você terá reações estúpidas e ainda assim você não fará nada, absolutamente nada. Talvez você consiga expressar sua dor, talvez você queira tentar pedir perdão novamente e talvez você até consiga ser ouvido, mas você saberá que não há mais saída, o que você fez não será tão fácil de corrigir, e o máximo que você pode fazer agora é dar tempo ao tempo.

E só nesse momento, quando você expressar a sua dor, que você conseguir erguer a cabeça e ver que o mundo não parou é que você finalmente é um adulto, que sabe quais são os seus limites, que sabe responder por seus erros e que não precisa de um lugar para onde voltar, que aprendeu que é possível seguir a sua vida e dar um basta em tudo aquilo que lhe faz mau.

Não serei hipócrita e dizer que você não vai querer voltar, sim você vai, e vai pensar muito nisso, em aceitar de volta todas as coisas que já lhe aconteceram e você vai notar que o seu sentimento sobre tudo aquilo não é mais o mesmo, que você já não quer que aquilo seja como antes, e quando essa chance voltar, você vai perceber que não quer, e que na verdade aquilo que se tinha antes não voltou e você vai aprender a remodelar aquilo para uma nova coisa, muito mais sincera e pura, onde erros como o que você cometeu não terão chance de acontecer.

Mas até esse ponto você tem que andar com as próprias pernas, aprender a ser forte sozinho, aprender a sorrir quando quer chorar, apenas para não preocupar quem está próximo a você, você vai aprender a mediar seus pensamentos e assuntos até que você não se sentirá mais desconfortável com nada, você descobrirá que não seu dinheiro não é o que importa, que seu estilo não é o que chama a atenção e que não é o que você faz que faz as pessoas olharem pra você, mas sim a pessoa que você é. É uma questão de aprender a ser adulto, assim como você aprendeu a ser adolescente.

As pessoas exalam quem elas são quando aprendem a ser adultas, você consegue saber se a pessoa é boa pra você apenas no olhar e no primeiro contato, você começa a distinguir em poucos minutos o tipo de pessoa que você quer ao seu lado e se quem está a sua frente é alguém que você realmente queira perto de si. É como perceber que você não passa de uma gota de água no meio de um mar infinito, mas que você sabe em qual dos oceanos você se encaixa. Você é apenas uma poeira ao vento, até aprender a se encontrar.

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